segunda-feira, 30 de maio de 2011

Borboleta Branca



Entre ruínas, plena
Feito tijolo, forte
Sem tinta. Sem corte.

Na maré dos olhos
Pousa a borboleta branca
Passeia pela emoção

Ali, diante dela
Não era o amargo do vermelho
Era o doce do branco

Folha vazia
Nas asas da borboleta
Deita a fantasia

O tempo ancorado

Em festa, o antes voa
Em rito, o agora fala
Em espera, o depois lá fora

Encontro marcado
Por presentes
Presenças de presente

Na alma da borboleta
No verso do poeta
Na graça de uma gente

A borboleta some
A homenagem termina
A menina caminha

Acomoda na mão
Uma bagagem nova
Vidro cheio de gratidão



Ilustração: capa do livro "Vermelho Amargo"

Ao homenageado da FLIST 2011, Bartolomeu Campos de Queirós,
e a todos os presentes - inclusive a Borboleta Branca! - que lotaram, no dia 14/05, o Parque das Ruínas de emoção. 

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