O dia amanheceu branco. Cor de nada.
Rosa caminhou transparente até esbarrar com o cinza do dia.
- Dia, Rosa.
- Dia, Cinza.
Um raio próximo ao vermelho despontou no céu – um céu de
Rosa, somente cinza:
- Parte minha é fria, a outra ainda não nasceu.
De repente, de mãos dadas ao vermelho, surge o amarelo.
- Rosa do céu, veja! Há beleza!
O laranja explodiu diante de Rosa.
- Alegria, minha gente, bora fazer uma manhã.
O galo cantou, Rosa nem olhou. O carro ligou, Rosa não
partiu.
Foi, então, que chegou João. Pôs azul nos olhos de Rosa.
E violeta na cor do dia.