Não foi naquele dia. Foi noutro.
Naquele dia eu estava muito distraído. Na mesma
sala, mas noutro canto.
Todos eram abraços de saudades, eu de braços
cruzados. Todos contavam novidades, eu calava minha notícia. Todos falando de
praia, sol e mar, eu era pedra, lua e vento.
Meu material sem lápis e cor. Meu uniforme não
estava bem passado. Estava mesmo amarrotado. Virado do avesso.
Naquele dia, vestido de novo, eu estava noutro.
Naquele outro, sabe?
Não sabe? Não sei se te conto...
Foi noutro, perto desse, que a novidade me
encontrou. A galope levou os dias claros, o sol, a pipa, o futebol. Arrastou os
dias de vida mansa, riso frouxo e conversa fiada. Colocou-me em aula, ainda nas
férias. Lição difícil.
Passeava por esse dia, quando meus braços descruzaram,
a mão caiu sobre a mesa e a dela me alcançou.
Naquele dia, ela fez sumir o outro.
Foto: arquivo pessoal
Verso de Pablo Neruda, gravado em pedra, na Cátedra da PUC-RJ
Rachel esse exercício de escrita é uma obra de arte!
ResponderExcluirBelíssimo.
Estava com saudade dessa esquina.
Beijo
ladodeforadocoracao.blogspot.com
Oi Ana Paula!
ResponderExcluirObrigada pelo carinho de sempre!
Tb estava com saudades das suas visitas.
Beijos,
Rachel
que lindo!
ResponderExcluirEdna, querida, obrigada!! A sua sensibilidade toca a minha. Sempre.
ExcluirBeijos,
Rachel