- Será que ela está aborrecida?
No segundo estrondo, a certeza. O mar sente igual gente.
Triste, chora longas ondas. Marcas profundas no chão.
Alegre, corre pra lá e pra cá, depressa. Brincando de bolinha de sabão.
Em fúria, arrasa e arrasta tudo. Gigante a amedrontar.
Há dias em que está calminha. Vira marola tranquila e nos convida a entrar.
A onda é o jeito de o mar falar.
Quando bate forte na pedra é um aviso de que o mar não está pra peixe. Melhor não mergulhar.
Gelada, anestesia a mente e, por um instante, nos misturamos ao mar. Sentidos entregues à vontade de nadar.
A onda não tira onda com a gente. É clara, faz espuma para explicar. Para bom entendedor, meia onda basta.
Dentro do mar, furo a onda, subo em sua crista, me escondo para esperar ela passar.
A onda é como eu. Adora brincar.
Eu sou como a onda. Também sei chorar.
Foto: Edmar Facó
À minha mãe, pelas revisões e apontamentos sempre tão oportunos.
Ao meu pai, pela inspiração.
As ondas da foto, nos faz imaginar tambem uma dança, de ondas de agua e espuma com ondas de pedra e poeira, sempre em movimento, como a vida, sobe, desce, dimansinho, sobe, desce, mediozinho, sobe, desce, rapidinho, sobe, desce, sobe, desce, sempre e derrepente, sobe? desce? em movimento, sempre, sempre, em movimento...
ResponderExcluirBj.
Edmar