Sumir. Desaparecer no além. Ser outro diverso, menos teimoso, mais carinhoso. O desejo de sumir com o que não gostava em si crescia, mas o menino não controlava aquilo que não gostava. O menino sentia que não agradava. De repente, lá estava ele, dentro daquele que queria sufocar, brigando com qualquer um ou lutando por pouco ou quase nada. Via-se pequeno, quando crescia diante de alguém.
Ai o menino parou. Olhou. Era pequeno, mas esperto. Quanto mais olhava, mais se assustava. Sua mãe também ficava brava, perdia a linha. Seu pai, vira e mexe, gritava e se irritava. Seus amigos também tinham seus dias ruins, não gostavam de perder. A mais doce das meninas, não resistia ao impulso de discutir com a melhor amiga.
Disputas. Raiva. Teimosia. Nada disso sumia. Nem nele e nem nos outros. Dava pra nascer de novo?, ele pensava. Como quem descobre um tesouro escondido no fundo do mar, o menino viu que teria um novo amigo pra cuidar. Seu mais novo amigo precisaria dele todos os dias, o tempo todo. Seria seu mais novo parceiro. Seu melhor ouvinte. Seu maior confidente. Ser amigo de si mesmo fez dele mais confiante pra enfrentar aquilo que nele não gostava. E se alguém perguntava: “Ei, menino, como você vai?”. Ele respondia: “Vou bem”.
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