Amizade doce? Começa cedo. A gente percebe no olá, tudo bem?. A voz sai macia, o olho sorri junto com a boca e o rosto amanhece. Bola grande iluminada.
Ver o sol chegando sob as nuvens. Primeiro ele desponta, se anuncia, depois aquece. As amizades doces chegam assim. Basta meio dia, meio papo, meia carona pra aquecer.
Doce logo que sai do fogo, às vezes, queima. Junto com a quentura chega o sabor. Sabor ainda morno, recém chegado à mesa. Pra que deixar pra depois? Viver uma amizade é comer doce quente: não tem hora. Melhor é agora, enquanto está quentinho. A amizade que queima é aquela que te acorda. Se existe dor boa é de doce bem feito.
Há doce frio e congelado, amigo que mora no passado. Bastam micro ondas para aquecer o que está guardado. O açúcar de um amigo reside mesmo no intervalo.
Tem açúcar puro e refinado, amigo bruto e educado. É tudo doce, mesmo quando amargo.
Um doce tem farinha, ovos, açúcar, sabores variados. Cheio de ingredientes, amigo embalado. A gente nem suspeita que leva tudo e tanto. É doce levar amigo pra casa.
Outro dia, ganhei um doce. Dos mais incrementados. Não dá cárie. Gosta de fotografia. Rende os mais belos textos. E, agora, deu pra inventar parente. Doce fazendo doce. É ou não é um presente?
Para Pepita Sekito, uma amiga doce e refinada.
Foto: Ninfa Parreiras - Cupcake de Pepita Sekito